O DISSONANTE
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Quem assistiu aos 4 minutos de fala do Jair, em rede social, antes do Jornal Nacional de terça-feira, ouviu uma porção de mentiras.
Agora, psiquiatras e neurolinguistas informam que não se trata de mentira normal, em estado puro, como qualquer político desonesto pratica diariamente.
Trata-se de dissonância cognitiva, que é um defeito da cabeça de Bolsonaro. Ele não consegue distinguir o fato da crença e anuncia a crença como se fosse fato. Quer dizer: ele acredita que vermífugo mata Covid-19 e cloroquina tira o doente da UTI..
É grave e é perigoso viver em um país onde o presidente está convencido da eficácia desses remédios.
O psicólogo americano Leon Festinger (1919 – 1989) foi o primeiro a identificar esse apego das pessoas às suas ideias, ainda que a realidade ao seu redor as desafiasse ou mesmo as contradissesse radicalmente. Chamou a doença de Dissonância Cognitiva.
Ainda sobre a convicção do homem, Festinger disse: “Diga a ele que você discorda e ele não irá ouvi-lo. Mostre a ele fatos ou números e ele questionará suas fontes. Apele à lógica e ele não conseguirá entender seu argumento”.
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P.S. – O livro “When Prophecy Fails” mostra como o psicólogo testou sua teoria observando o que ocorreu quando, a partir da visão de uma dona de casa de Chicago (parte de um grupo que estudava a existência de extraterrestres), uma espécie de seita se formou em torno da ideia de que o mundo se acabaria após um dilúvio de proporções catastróficas.
Quando a profecia falhou, muitas pessoas continuaram apegadas a ela, procurando argumentos. Como as vítimas de dissonância que votaram no capitão e ainda não caíram na realidade.
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P.S. adicional – O livro está na Amazon em inglês. Custa R$67 ou apenas R$10,90 na versão digital.
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