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Hora da saudade: Beppi e sua banda em 1968. Jazz no Santa Mônica, com Fernando Montanari ao piano.
Ele tem 84 anos e cara de 70. Melhor ainda, memória de 30. Dá uma olhada na foto de uma orquestra dos anos 70 e vai identificando os músicos – nome e sobrenome – com os instrumentos, as manias, os problemas.
Giuseppe Bertollo, o maestro Beppi, fez a América, como se dizia em Padua. Chegou com dez mil reis no bolso e hoje mora ao lado do Hotel Bourbon,em um apartamento de andar inteiro, que era de um senador da República. Vai frequentamente à Itália e aos Estados Unidos. Só não viaja mais porque agenda é pesada. Continue reading »
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Malwenn, ex-mulher de Luc Besson, 36 anos, uma filha de 19. E que boca!
Polissia é um triller cheio de humanidade.
Filmaço.
Tem histórias, grandes atores, fotografia nervosa, uma edição fantástica.
E Malwenn, ex-mulher de Luc Besson, agora atriz, roteirista e diretora, tudo ao mesmo tempo.
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Milton Santos, geógrafo e sábio brasileiro.
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Waltel Branco, Doutor Honoris Causa da UFPR
A Universiade Federal do Paraná concedeu ao maestro Waltel Branco o título de Professor Honoris Causa numa bonita solenidade realizada quarta-feira no salão nobre do prédio histórico da Praça Santos Andrade.
Doutor Honoris Causa, diz o Estatuto da UFPR, “é o titulo atribuído à personalidades eminentes, que tenham contribuído para o progresso da Universidade, da região ou do País, ou que se hajam distinguido pela sua atuação em favor das ciências, das letras ou da cultura geral.”
O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, ao homenagear o maestro, começou bem seu discurso: historiou o longo caminho percorrido pela proposta – fruto de uma sugestão do desembargador Ney Freitas, ex-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Curitiba e hoje no CNJ – pelos vários colegiados e conselhos da instituição. Em todos, foi aprovada por unanimidade.
Então, o reitor mudou de rumo e referiu-se ao homenageado como figura de destaque na comunidade negra de Curitiba. Ressaltou a ênfase que a administração da UFPR dá às políticas de ação afirmativa.
Ficou a impressão de que o maestro entrou pela cota racial.
Isso, na minha opinião, indica que a proposta não foi adequadamente apresentada aos conselhos. Ou que houve ruido no debate interno e tornou-se inevitável a saida política.
Para entender o correto sentido da homenagem é bom deixar Curitiba, uma cidade complicada, e dar uma chegada, por exemplo, à Universidade de Brasília. Lá, o Estatuto é parecido. Outorga-se o título a “personalidade que se tenha distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.”
Na lista dos que receberam da UNB o título de professor Honoris Causa nos anos recentes estão dois negros.
Um é o professor Milton Almeida dos Santos, da Universidade de São Paulo. Ele recebeu também o Prêmio Vantrin Lud, que pode ser considerado o Nobel de Geografia. A Unb premiou sua valiosa contribuição à ciência.
O outro Doutor Honoris Causa é o artista Abdias do Nascimento, que foi respeitado militante do movimento negro. Recebeu o título pelo seu trabalho em prol do entendimento entre as pessoas.
E se a UNB tivesse outorgado o mesmo título a Waltel Branco? O motivo, imagino, seria um reconhecimento pela brilhante contribuição dele ao desenvolvimento das artes, como prevê Estatuto.
Em resumo, o que se viu quarta à noite no salão nobre do Prédio Histórico da UFPR não foi uma ação afirmativa – foi a reafirmação do talento de um paranaense.
Mestre em música clássica e popular, nosso Waltel conseguiu com seu trabalho aqui e no exterior fazer as pessoas mais felizes e o mundo mais belo.
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Esse aí é o centro de Estocolmo.
Aqui ficam mais eloquentes os números do paradoxo suéco: a renda per capita nacional anda pelos 40 mil dólares. Uma das maiores do mundo. Mas o exército dos sem-teto é de 34 mil – e não para de subir porque todo dia chega mais gente expulsa de seus paises pela crise.
Maria Markovitz, a presidenta da Fundação de Assistência Social de lá, disse aos jornais que o governo está fracassando em suas políticas sociais.
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Na comemoração de seu centenário, a Universidade Federal do Paraná vai entregar o título de Doutor Honoris Causa ao maestro Waltel Branco.
Às 19h do dia 19 de setembro, no salão nobre do prédio histórico, na praça Santos Andrade, 50.
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Desfile bonito na Avenida Candido de Abreu. (Foto Gazeta do Povo)
Por Adriana Fortes de Sá
Meu filho de quatro anos nunca tinha assistido a um desfile de Sete de Setembro. Acordamos cedo e fomos andando – moro perto – até a Avenida Cândido de Abreu. No caminho pipoqueiros, vendedores de algodão doce e de todo tipo de bugigangas. Meu pequeno ignora os apelos até enxergar as bandeirinhas do Brasil. Pergunto o preço:
-Dois real.
–Está cara! reclamo, mas o vendedor se defende:
-Já peguei por um e vinte.
Compro. O pequeno patriota fica feliz e chegamos à Avenida. Arquibancadas cheias. Conseguimos sentar no primeiro degrau. O desfile começa. Muitas crianças e jovens.Várias fanfarras e crianças que aprenderam a marchar e tocar tarol, surdo, caixa de guerra.
Narradores empolgados contam a história gloriosa da Independência e conclamam o povo a aplaudir, explicando:
-Os que estão em frente a arquibancada das autoridades(a única coberta) podem acenar! O Senhor Governador, sua esposa e demais autoridades acenarão de volta!! Acenem!!
Ao meu lado uma senhora, mãe de Kethelen de 10 anos e Camila de dois, doméstica em Curitiba e moradora de Colombo comenta:
-No ano passado as crianças receberam bandeirinhas de graça. Mesmo sendo ano de eleição onde eles(os políticos) tem gastos, deveriam dar pelo menos uma pequena, do Paraná mesmo!
Generosa, pergunta ao meu filho a toda hora
-Quer suco? Bolacha? Iogurte?
Ele tímido responde que não. Ela trouxe um farnel para ficar das 8:30 às12:30 na Avenida e depois retornar até Colombo.
Agora são 10 e 30. A bandeira nacional entra em oferta; baixou para um real.
Passa o carro do Bope-Rota, o popular Caveirão. Hora de fortes aplausos. É fácil escutar os comentários:
-Eles prendem os traficantes!Não dão mole! Esses trabalham!! Pena que logo estão soltos de novo!
Um mais exaltado, resume a opinião geral:
-Tinha que tê pena de morte!!
Palmas para os bombeiros, outra unidade que o povo valoriza. Lá pelo meio do desfile a arquibancada balança e pende para a direita. É a que esta montada em frente às Varas de Família, lugar onde esperamos da Senhora Justiça o que nosso bom senso ou a falta dele não consegue solucionar.
A Polícia Militar manda todo mundo descer da arquibancada e terminamos de assistir ao desfile no aperto da calçada. Foi um espetáculo bonito e cheio de bons exemplos. Chamou atenção o chefe escoteiro. Ele arrancou ali mesmo. na hora, a medalha da menina que no meio do desfile atendeu ao celular.
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Uma das rendas per capita mais altas do mundo. O resultado aparece no açougue, onde o quilo de rosbife está custando 66 reais.
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Dois mil e poucos congressistas, representando 140 paises.
A World Water Week começou com uma aula de boas maneiras do prefeito de Stockholm, Sten Nordin. Ele cumprimentou os congressistas, desejou-lhes uma boa reunião, confessou que não é um especialista em agricultura e água, contou uma piada e fechou o discurso. Cinco minutos cravados, um sucesso. Depois, vieram as preocupações.
Setenta por cento da água do mundo é usada na agricultura para alimentar 5 bilhões de habitantes. Se a demanda mundial de alimentos continuar a crescer na velocidade atual vai faltar água ou vai faltar comida. A menos que o mundo consiga produzir mais alimento com menos água.
Foi por demonstrar esse fato terrível com dados acima de qualquer suspeita – foram levantados e checado por grandes universidades e instituições em que trabalham mais de mil cientistas – que o IWMI, Internacional Water Management Institute recebeu o maior prêmio que o governo da Suécia entrega anualmente a pessoas ou organizações que trabalham pelo meio ambiente e sustentabilidade.
A apresentação feita por Colin Chartres, Director General of IWMI, também esta manhã, no primeiro dia da World Water Week, foi objetiva, bem fundamentada e lógica, mas ameaçadora. Ele mostrou, por exemplo, que equilíbrio alimentar do planeta é minado pelo crescimento populacional e pela elevação do produto nacional bruto. Com mais dinheiro, as pessoas comem mais carne. E são necessários 7 mil litros de água para um bom filé chegar à sua mesa contra apenas 173 litros por uma salada de alface.
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Organizada pelo Stockholm Water Institute, está começando a World Water Week.
O tema deste ano é uma preocupação milenar da humanidade, a seca e a falta de alimentos.
O mundo vai ter nove bilhões de habitantes em 2050 – não haverá comida para todos se as reservas de água continuarem a ser administradas como hoje.
Quem manda na água é uma das questões que delegados de 157 paises começam – mais uma vez – a discutir. No Brasil e em outras nações há leis e regulamentos expedidos pelos municípios, estados e governo federal. Freqüentemente elas estão em conflito.
A sociedade é sub-representada nas agências reguladoras e nos comitês de bacia. São poucos, por sinal, os cidadãos que entendem como são importantes esses comitês.
Ou o que é exatamente uma bacia hidrológica.