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Você é poderoso, cara – Seu pai NUNCA viu um quark
Milhares de estudantes amanhã terminam as férias e voltam a discutir se ser CDF é coisa de otário e se nerd entra no ceu.
Será mau para eles ouvir de novo o discursinho do ano passado, que o professor teve preguiça de mudar.
E será doloroso vê-lo entregar, caladíssimo, um teste simulado a cada um e estamos conversados.
Mas o mundo se iluminará se o prof inventar um jeito novo de amenizar o Primeiro Dia.
Pode começar com uma boa notícia: Galera, o que vem ai é moleza. Vocês não terão que deduzir logarítimos como seus avós, nem lidar com a calculadora do Fred Flintstone como os pais.
Nem consultar um livrão com as tabelas periódicas, que estarão impressas na primeira página das provas dos simulados e do vestibular. Quando quiserem, haverá explicações adicionais claríssimas no Youtube. Seus pais se ferravam para entender.
Por sinal, o pai também não tinha acesso ao google, ao twitter, ao facebook, ao computador de banda larga.
Novos tempos, melhores tempos. Seu irmão bem mais velho vai lembrar que não havia há dez anos coisas indispensáveis como o ipad, ipod, iphone, wireless 4G, Linkedin, Skype.
Nem, muito menos, ele sabia que um mundo de partículas subatômicas – quarks, léptos, hádrons e bósons – representam hoje a última fronteira do conhecimento dos físicos. Nem que essa não é realmente a última fronteira.
Por isso, galera, deem graças a Deus por ter a Universidade tão perto – antes que todas essas novidades (algumas com mais de meio século) sejam incluídas no vestibular.
Reforçando a dica para terminar: façam tudo que vocês têm que fazer para poder fazer tudo que vocês querem fazer.
(A dica é do James Farmer, líder do movimento pelos direitos civis dos norte-americanos, que foi interpretado por Denzel Wittaker, no filme O Grande Desafio, de 2007. Filmaço.)
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Dia 22 de janeiro de 2009: Barack Obama, o presidente americano assina o decreto que ordena o fechamento do centro de detenção de Guantánamo e proíbe os abusos durante interrogatórios, exigindo respeito à Convenção de Genebra: “O centro de detenção de Guantánamo objeto desta ordem será fechado o mais rápido possível e, no mais tardar, no prazo de um ano a partir da data da ordem”, diz um rascunho da ordem executiva, divulgado anteriormente no site da associação American Civil Liberties Union (ACLU).
Minha admiração por Barack Obama era quase ilimitada.
Não é mais.
Ele também promete e não faz, como qualquer político brasileiro. Agora, por exemplo, encerrou a missão do diplomata Daniel Fried, enviado especial encarregado de fechar a prisão de Guantanamo.
O fechamento da base de Guantanamo estava prometido por Obama desde o início do primeiro mandato. Na época ele parecia indignado porque os EUA mantém uma prisão em Cuba onde os prisioneiros são trancafiados em gaiolas e seu julgamento não obedece ao devido processo legal.
Em seu segundo mandato, Obama não vê o fechamento da base de Guantanamo como uma “prioridade realística”.
Em editorial, no dia 25 de novembro do ano passado, o New York Times, disse que “Se o Sr. Obama fala sério sobre cumprir sua promessa de fechar a base de Guantanamo – e nós acreditamos nele – ele precisa se envolver mais no assunto e estar disposto a gastar seu capital político nisso”.
Amanhã, vamos ter que entender se a presidente do Brasil disser que a modernização do sistema prisional brasileiro também não é uma “prioridade realística”. É verdade que aqui os prisioneiros são mantidos em gaiolas superlotadas. Mas também é verdade que seu julgamento obedece ao devido processo legal.
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A tragédia mostra despreocupação de empresários da noite com a segurança. (Foto do Blog do Nemitz)
Não sou um especialista em clubes noturnos, longe disso.
Mas visitei vários com uma operação mais inteligente do que a do clube Kiss, de Santa Maria. Neles, você vai ao bar, pede uma bebida e paga na hora.
Se quiser quiser ir embora é só sair – não há comanda para acertar, nem corredor polonês em que só passa um para atravessar. Os seguranças só intervêm em caso de confusão.
Aqui, há gente indignada com o comentário do jornal The Guardian sobre o estrago que a tragédia provoca na credibilidade nacional e o risco de haver “investimentos inadequados em infraestrutura, particularmente antes da chegada de milhões de pessoas para os dois maiores eventos esportivos do mundo”.
Convém observar que as críticas não foram inventadas em Londres – vieram daqui mesmo. Igor Gielow escreveu na Folha de S.Paulo que foi triste e simbólico que a tragédia tenha ocorrido na mesma data em que o primeiro estádio renovado para a Copa do Mundo, o Castelão, realizou seu primeiro jogo após a reforma.
“O objetivo era inaugurar uma nova fase do entretenimento de massa no Brasil e vender a idéia de que nosso país tem capacidade organizacional para hospedar grandes eventos globais, mas a realidade mostrou sua face no Club Kiss”, comentou.
O Guardian citou também Reinaldo Azevedo que no site da Veja perguntou por que o Corpo de Bombeiros liberou um local de eventos com apenas uma saída. “Esta não é uma tragédia fabricada pelo destino. É o trabalho de uma cadeia de negligência”.
Se não houvesse comanda para pagar, quantas vidas teriam sido poupadas?
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Amilton Godoy e Gabriel Grossi e a nova leitura das Bachianas Brasileiras nº5.

- Que entusiasmou o público acostumado a grandes intérpretes.
Amilton Godoy diz que há uma idade em que falar do passado é obrigatório.
Não falou das saudades do Zimbo Trio.
Lembrou para o Teatro da Reitoria lotado a noite em que o Modern Jazz Quartet tocou no Teatro Municipal de São Paulo. Quarteto (Milt Jackson, John Lewis, Percy Heath e Connie Kay) e plateia em black tie.
Aquela noite paulistana foi inesquecível. Teve um grande momento com a versão deles para as Bachianas Brasileira, nº 5, de Heitor Villa-Lobos. Relidas e elegantemente suingadas. Click no link e ouça http://www.youtube.com/watch?v=6JhUfGet1ng
Ontem, Godoy e Gabriel Grossi mostraram sua releitura do mestre Villa. Também suingada e cheia de invenção. Olha ai http://www.youtube.com/watch?v=QinGsK_uXH4&playnext=1&list=PL0FB6196F2899C79B&feature=results_video.
Mas a noite de ontem também foi história porque o projeto Villa-Lobos, gravado por Godoy e Gabriel Grossi em 2011, chegou a Curitiba.
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Adriano

- Miranda
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O preprojeto do Sambódromo Curitibano. Só falta um grupo de trabalho decidir onde por os estais.
Está na primeira página da Gazeta de hoje:
“Escolas de samba pedem sambódromo curitibano
Carta entregue à Fundação Cultural aponta esgotamento da Avenida Cândido de Abreu como palco dos desfile na capital.”
O jornal não deu o merecido destaque ao sambódromo curitibano.
Devia ser manchete.
Pois Curitiba tem o maior carnaval do Brasil. Nem as pedras do calçamento inacabado da rua Carlos de Carvalho duvidam disso.
Isto posto, ofereço modesta contribuição à brilhante idéia da Associação das Escolas de Samba.
Não pode ser um sambodromozinho qualquer. Tem que ser um sambódromo estaiado como o viaduto da Avenida das Torres.
Alguém dirá que não são necessários estais para segurar um sambódromo.
E dai? Um viaduto sobre a Avenida das Torres também não precisa estais.
Estais seguram pontes, quando necessário. Quando desnecessários, servem de diferencial, de enfeite.
Reclamarão os eternos reativos que nosso carnaval, apesar de diferenciado, só dura três dias.
Só três dias para os maus observadores.
Vão ver a Câmara Municipal, um eterno carnaval. Entra prefeito, sai prefeito, e o Bloco da Maioria Absolutíssima continua desfilando.
Este é só um exemplo. Unico mas devastador. Nem nos tempos da famosa Gaiola de Ouro, do Rio de Janeiro, houve maioria absolutíssima.
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Segunda-feira, auditório da Reitoria lotado, o Vocal Brasileirão. Brilhando aos 19 anos para provar que Curitiba tem jeito.
Há esperança para Curitiba com esse trânsito, esse crack, essas calçadas, esse Rio Belém, que virou um grande pum?
Quando mergulho nessa nóia, procuro coisas que deram certo – apesar do vereador corruptos, do burocrata nefasto.
Vou atrás do Vocal Brasileirão, passo pelo Conservatório de Música Popular, entro na Capela Santa Maria.
O Brasileirão foi fundado em 1994 e continua ai. No ano que vem, sobrevivente de cinco prefeitos, festeja 20 anos. Enquanto conseguir mantê-lo vivo, Curitiba tem futuro.
Ontem, segunda-feira, 9 da noite, o auditório da Reitoria da UFPR lotou para assistir ao Vocal Brasileirão no show “Eu Canto Samba”.
O arranjo para Quatro Loucos num Samba, de Cyro Monteiro e Mary Monteiro, é uma alegria para o ouvido. Click para assistir.
Se quiser saber como anda a concorrência, dê uma olhada no video do vocal Laugi, de Brasilia
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Os banqueiros vão salvar a Espanha, mas antes precisam se salvar.
Na Espanha em crise, a lei da ficha limpa está por um fio. O Ministério da Economia quer suavizar por decreto real os requisitos de honorabilidade, experiência e bom governo exigidos para diretores de bancos.
Pela primeira vez, a condição de condenado por delitos dolosos não será motivo suficiente para impedir que um executivo seja banqueiro. O texto do novo decreto, que está no El Pais, estabelece que “têm honorabilidade para ser banqueiro aqueles que venham mostrando uma conduta pessoal, comercial e profissional que não levante dúvidas sobre sua capacidade para desempenhar uma diligente e prudente gestão da entidade”.
A comida primeiro, a moral depois, ensinava Bertold Brecht.
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A calçada da Rua José do Patrocínio, a 300 metros da Prefeitura, está adernada 35 graus. Só marinheiro bêbado consegue se equilibrar sobre ela.
As calçadas da cidade tornaram-se ao mesmo tempo armadilha e falso problema.
Culpa da lei que diz: “O proprietário do terreno, edificado ou não, situado em via provida de pavimentação, deverá construir e manter calçada em toda a extensão da testada do imóvel.”
Essa lei não pegou. É ilógica, insensata, burra.
A Prefeitura tem obrigação de construir calçadas.
Calçada é um importante corredor de transporte.
Como as avenidas.
Como a pista exclusiva do Expresso.
Como as ciclovias.
Depois de concluído o pavimento da rua, a ciclovia e a calçada, a Prefeitura presta contas e, se faltar dinheiro, cobra a diferença no Imposto Territorial Urbano.
A missão da Prefeitura é essa – providenciar infraestrutura para os vários modais de transporte.
Se fosse em Veneza, o Departamento de Obras estaria dragando os canais por onde passam gôndolas.
Óbvio.
Mas mentes anêmicas não percebem o óbvio. E continuam dizendo que os proprietários são capazes de construir calçadas firmes, estáveis, não escorregadias.
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Cada vez é mais importante ouvir a Graça
Tem gente que tem o dom prever o futuro.
Em setembro do ano passado, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, declarou que, se tivesse dinheiro sobrando, compraria ações da Petrobrás.
Agora, o governo sente-se obrigado a corrigir o preço da gasoline (mais 7%) e do diesel (3-4%) e os analistas da Bovespa estimam que o preço das ações ordinárias da empresa (PETR3), hoje em R$21, pode ultrapassar os R$40 nos próximos meses.
Vou prestar atenção nas próximas entrevistas de dona Graça.