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O papa é argentino mas Deus é brasileiro. Por isso, talvez possamos assistir ao milagre da Copa que deu certo pelas razões erradas

inundação Pobre Maracanã. A chuva continua forte no Rio de Janeiro. (foto Lancenet)

 

Está no boletim da Secretaria de Comunicação da Presidência da República um prognóstico otimista para a Copa do Mundo de 2014. Mesmo com o Maracanã inundado pela chuva que não para no Rio de Janeiro.  O correspondente da agência Reuters escreve que – por incrível que pareça – o Brasil não vai viver o caos da infraestrutura deficiente.

 

Brian Winter abre texto sobre a Copa do Mundo no Brasil com a frase que ganhou as redes sociais: ´Imagina na Copa`. Ele explica que a frase se tornou a favorita no País para reclamar dos problemas de infraestrutura como trânsito ou atraso nos aeroportos. Para Paulo Resende, um dos maiores especialistas em logística do Brasil, o temor é equivocado. Depois de uma pesquisa com 20 das principais empresas do País e agências de viagens, ele acredita que as rodovias e os aeroportos brasileiros vão, na verdade, ter um tráfego menor durante os jogos da Copa do que em dias normais de negócios. A razão: os brasileiros ouviram tanta projeção negativa sobre o período que empresas vão evitar viagens de negócios, famílias vão evitar férias e algumas pessoas vão simplesmente ficar em casa o máximo possível e assistir os jogos pela TV, acredita Resende. ´Que sorte, nossa incompetência poderá nos salvar`, disse ele, segundo o texto distribuído pela Reuters. ´As pessoas estão tão preocupadas com a Copa que vão se trancar dentro de casa`. Essa tendência ocorreu em Londres no ano passado durante os Jogos Olimpícos, afirmam observadores. Em intertítulo, reportagem destaca que o Brasil está não somente se preparando para a Copa e Olimpíadas. O País está com dificuldades para melhorar a infraestrutura que ficou obsoleta depois do boom econômico da última década. ´É uma pena, mas a realidade será distante do que havia sido planejado`, comenta Resende em relação às obras que não ficarão prontas para a Copa do Mundo, como um monotrilho em São Paulo.

Posted on 19th março 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Carro e celular, essa combinação infecciosa

 

celular E se o fiscal aparecer?

 

Dirigir é submeter-se ao código de trânsito e aos caprichos da sorte.

Se você dirigir falando ao celular será multado. Com razão.

 

E se um fiscal IMAGINAR que você está telefonando e lascar uma multa? Vale a palavra dele. Olha ai a consulta ao Jus Navigandi.

 

A motorista diz que foi multada mas não falou ao celular. Pergunta se pode se defender com uma declaração da operadora, de que não houve ligação em seu telefone naquele horário. O consultor responde que não adianta apresentar declaração da operadora porque a Setran vai dizer que poderia ser qualquer outro telefone – do marido, do irmão, da empregada.

 

O problema é mundial. O New York Times informa hoje que “apesar da crescente atenção da mídia e de leis proibindo a prática, mais Americanos estão usando seus celulares para converser e enviar mensagens de texto enquanto dirigem”.

De acordo com pesquisa citada pelo NYT 70% dos americanos entre 18 e 64 anos confessam que falaram no celular enquanto dirigiam, nos últimos 30 dias. Cerca de 30% disseram que também enviaram mensagens de texto.

Motoristas de sete países da Europa foram incluídos no estudo e os números mostraram que dirigir falando ao celular é mais comum nos EUA do que na Europa.

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Roubem a bola, meninos!

gol Olha a cara triste do Didi. Que pena! Foi uma conquista em preto e branco.

Aquele gol esmaecido de Pelé virou lenda, como o drible de Domingos da Guia em 38 ou qualquer dos 1339 gols de Arthur Friedenreich. A Copa de 58 na Suécia é história. Há uma taça para provar, mas não há cor, detalhe, slowmotion, replay por vários ângulos. Taça sem brilho. Como as façanhas de Garrincha em 62 ou o encantado futebol holandês de 74.

 

Agora, não.

O futebol não mais é um espetáculo fugaz – o apito final e adeus. O toque de bola do Barcelona na tarde de terça-feira, quando deu um troco de 4 x 0 no Milan, está à disposição de todos. Agora mesmo. Basta escrever Barca no google e o jogo reaparece na tela.

Daqui a cem anos não haverá versões fantásticas desse jogo, que foi assistido por 94 mil no estádio, 10 milhões na TV espanhola (share de 43%) e multidões pelo mundo. Será a história verdadeira de como o Barcelona se superou para vencer a batalha impossível.

O Milan tem um timão. Entrou no Camp Nou com dois gols de vantagem. O Barca precisava de um 3 x 0 para se manter na Champions. Conseguiu os três e mais um, no finalzinho. Mas viveu uns trinta minutos de muita tensão, porque bastava um gol do adversário para estragar tudo.

A receita do sucesso está na fantástica eficiência de Messi, na fome de bola e na capacidade de Xavi inventar diagonais onde parecia só haver pernas. No Barça ninguém cerca, todos mordem. Roubam a bola, acertam passes, mantém a concentração. Por isso, técnico interino tem coragem para deixar Daniel Alves como ponteiro e reviver o lendário 3-4-3 dos tempos do Cruyff.

Está tudo lá, na tela do computador. Com as cores reais, o detalhe em slowmotion, o replay. E o ensinamento do mestre Gentil Cardoso, para os craques de salto alto, que desfilam arrogância em campos brasileiros: roubem a bola, meninos! Atirem-se nela com a mesma fome que pobre se atira no prato de comida!

 

 

 

 

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Temas para vestibular: a nova Classe C e a insustentável leveza das fortunas bilionárias

O principe decaido e sua esposa O principe decaido e sua esposa, a caminho do jatinho Boeing 747

Hoje em dia, todo mundo sabe alguma coisa sobre a concentração de renda.

Por exemplo: para cada dólar que um brasileiro pobre recebe, um rico ganha 68.

O Brasil é o oitavo do mundo no índice de desigualdade. Ganha de todos os latino-americanos; só perde para sete africanos.

Esses números ornamentam discursos na TV-Câmara.

Atualizam relatórios mercadológicos sobre os mais pobres – que são pobres mas shampu e macarrão eles compram.

Inspiram a redação do vestibular – principalmente depois que Eike Batista virou notícia ao despencar de 7º para 100º no ranking de bilionários da Forbes.

O Eike não foi o único a reclamar do ranking.

Outro injustiçado é o príncipe Alwaleed bin Talal, da Arábia Saudita. Ele se declarou indignado porque a Forbes retirou-o do décimo lugar e classificou-o em 26º.

Sua indignação repercutiu na imprensa mundial.

Era para cair? Ele herdou 20 bilhões de livras. É dono de apreciáveis fatias da News Corporation (Sky, Foz News etc), Apple, Citibank e do Savoy Hotel de Londres. Entre seus divertimentos estão passeios no Boeing 747 que usa como jatinho particular, e seus 200 carros de luxo.

Mas o mundo agora é assim. A fila anda. O Enem muda. Bilionários são obrigados a pedir receita de Rivrotril para dormir, porque não sabem o dia de amanhã.

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A moda agora é a Dieta do Jejum Intermitente

fast Michael e Mimi, os apóstolos do jejum intermitente

 

Um dia, conta o médico Michael Mosley, ele fez uma ressonância magnética e descobriu que era o que em inglês apelidam de TOFI  – Thin Outside, Fat Inside.

Magro por fora, gordo por dentro! É o jeito mais perigoso de viver. Logo aparecerão as consequências no fígado e coração. Se continuasse assim, ia viver menos que os outros. Pior – ia levar uma vida de consultório em consultório, tomando remédios cada vez mais poderosos e cheios de contra-indicações.

Resolveu mudar de vida e hoje, além de magro por dentro e feliz por fora, é autor – junto com a jornalista Mimi Spencer – do maior sucesso de livraria da Inglaterra, The Fast Diet, a Dieta do Jejum, que propõe jejum intermitente e já está sendo traduzido para o português.

Em resumo, ele aconselha aos gordos e aos GPD (gordos por dentro) adotar o esquema 5 X 2 para se alimentar, emagrecer e ser felizes. Cinco dias da semana comendo o que quiserem, dois dias jejuando.

Um dia típico de jejum tem duas refeições de 600 calorias cada uma. Exemplo: um filezinho de peixe grelhado e um pouco de verduras. Um pedaço de peito de frango e uma batata assada.

Durante o jejum intermitente seu corpo queima as calorias estocadas, que geralmente se agrupam na linha da cintura. E você se sente bem, alegre, mais leve.

Jejuar é normal, diz o autor. Nosso corpo foi feito para jejuar. Tanto isso é verdade que os católicos jejuam na quaresma, os judeus no yom kippur, os muçulmanos no ramadan.

Os ortodoxos gregos são convidados a jejuar 180 dias por ano – dia sem, dia não. Monges budistas jejuam na Lua Cheia e na Lua Nova.

Mas nem todos estão de acordo com essa fórmula de emagrecimento.

O livro do doutor Mosley e de Mimi Spencer foi lançado com muita publicidade na Inglaterra e logo começaram as críticas. A

Associação Médica dos Estados Unidos publicou uma advertência em seu Journal. Um estudo científico concluiu que o jejum apresenta riscos variados, inclusive de morte súbita.

 

 

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Às duas assina o ponto e dá no pé

assina o ponto O bom aqui é o horário

 

A marchinha Maria Candelária, sucesso no Carnaval de 1952, é de autoria da dupla Klécius Caldas e Armando Cavalcanti. Eles eram coronéis do Exército, como Jota Junior e Luis Antonio. Foi gravada por Blackout e virou uma espécie de hino nacional do funcionalismo público protegido pelos padrinhos e pelos estatutos. A letra dizia

 

Maria Candelária

É alta funcionária

Saltou de paraquedas

Caiu na letra O, ó ó ó ó

Começa ao meio dia

Coitada da Maria

Trabalha, trabalha

Trabalha de fazer dó ó ó ó ó

A uma vai ao dentista

Às duas, vai ao café

Às três, vai à modista

Às quatro, assina o ponto e dá no pé

Que grande vigarista que ela é.

 

Lembrei da Maria Candelária ontem, no Detran.

Lá, o expediente termina às duas,

Hora em que a Maria Candelária ainda estava no café.

Ouça a gravação do Blackout.

 

http://letras.mus.br/blecaute/547402/

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URBS fracassa; Ligeirão Norte atrasa

ligeirao A gente sofre com as obras para melhorar a “cidade-vitrine”

 

Alguns esclarecimentos para quem ainda acredita que veículos sobre pneus resolvem nosso problema de transporte coletivo.

1. O Ligeirão Norte não vai diminuir o tempo de viagem de 40 para 25 minutos. Especialistas em trânsito garantem. E quem viver, verá.

2. O número de passageiros transportados não vai aumentar 50%

3. As obras de alargamento da canaleta para permitir a transposição não vão ficar prontas em seis meses, como foi prometido. Elas vão acabar com vagas de estacionamento e de circulação de carros nas pistas laterais.

4. Estações-tubo como Constantino Marochi, Bom Jesus e Fernando de Noronha continuam em obras; algum dia serão reativadas, mas as obras seguem atrasadíssimas.

5. A cidade não vai lucrar com isso. Quem lucra são as fábricas de ônibus, que usam Curitiba como vitrine para vender o sistema BRT a outras cidades.

6. As cidades que importaram o BRT não estão satisfeitas com o que compraram. Bogotá vive uma crise nos transportes coletivos e agora a população exige um metrô.

Em março do ano passado, protestos pelos atrasos e excesso de passageiros resultaram em batalha entre o povo e a polícia.

Posted on 27th fevereiro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet
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Assim entramos para a história das relações político-literárias Brasil-EUA

dldldl Da esquerda para a direita: Roberto Abreu, Helio Puglieli, Roberto Velozo, Roberto Muggiati, Aurelio Benitez (de costas), Dos Passos e eu acendendo o charutinho imperialista dele.

 

Em artigo sobre John dos Passos, publicado na Gazeta do Povo e no blog do Ze Beto, a propósito do relançamento do livro “Brasil em Movimento”, de 1963, pela Editora Benvirá, Roberto Muggiati lembra a visita do escritor ao Brasil.

“Foi justamente no “Inter” (assim o chamávamos) que, com um bando de jornalistas (a maioria de esquerda), fui ver os espólios de Dos Passos, socialista lendário e romancista revolucionário, agora incorporado à direita. Como aponta muito bem Paulo Markun no prefácio da nova edição: “Quando veio ao Brasil, era nome de peso entre a direita norte-americana e integrava a equipe da National Review de William F. Buckley Jr., a Bíblia do conservadorismo norte-americano, altar-mor do senador Joseph McCarthy.” Markun reproduz o último diálogo entre o hesitante Dos Passos e o seguro Hemingway:

Dos Passos: “A pergunta que eu continuo me fazendo é para que serve uma guerra pelas liberdades civis se você destruir essas liberdades no processo?”

Hemingway: “Liberdades civis, uma merda. Você está conosco ou está contra nós?”

(…)

“No capítulo do livro dedicado ao Paraná, Dos Passos fala mais de Maringá, mas não deixa de dar umas pinceladas sobre Curitiba, “cidade agradavelmente letrada com uma bela biblioteca pública e todo um antecedente de publicação e pesquisa histórica.” Refere-se especificamente ao nosso encontro no “Inter”: “Eu estava ali para dar uma palestra num dos centros binacionais que oferecem cursos de língua inglesa, serviço de biblioteca e palestras sobre assuntos norte-americanos.”

Dos Passos, aos 62 anos, revelou-se um gringo simpático, nos divertimos conversando com ele, o Adherbal (Fortes de Sá Jr.) acendeu até o charuto que ele tragou desinibidamente naqueles tempos em que fumar ainda era chique.¨

O texto completo em http://jornale.com.br/zebeto/2013/02/23/dos-passos-no-parana/#more-179823

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MUSSA

 

mussa jose Os tempos heróicos da velha Ùltima Hora.

 

Mussa José Assis foi um dos grandes jornalistas que conheci – e falo do jornalista no sentido amplo, aquele que levanta cedo e trabalha duro; que colhe, interpreta, edita e distribui informação de qualidade. Poucos colegas escreveram com a mesma clareza. Raros entenderam como a precisão gramatical torna o fato mais emocionante.

Uma vida intensa, rica de experiência, grande demais para este blog. Há na cidade ao menos uma centena de profissionais cujas capacidades foram modeladas pelo seu talento. Vão lembrar a importância do trabalho dele na imprensa do Paraná. Aqui, quero focalizar a fase da Última Hora, que mudou a maneira como a geração de 60 viveu o jornalismo.

Antes da UH o jornal era romântico; depois tornou-se business.

Foi isso que Mussa aprendeu (e ensinou) na Ultima Hora: não basta fazer um diário repleto de notícias – é preciso que bem cedo o jornal esteja no ponto de venda. E se vender tudo, há que entregar novos exemplares ao banqueiro, para que o leitor jamais fique sem o que ler.

Em 1960, antes de Philip Kotler chegar ao Brasil, Samuel Wainer ensinou que o marketing tem quatro pernas – produto, preço, distribuição e promoção. Os jornais de Curitiba empacavam na distribuição. A Ultima Hora do Paraná, que Ari de Carvalho dirigia e Mussa secretariava, vendia diariamente 30 mil exemplares. Não tinha assinantes. (Hoje, 50 anos depois, o líder registra 40 mil exemplares.)

Mussa era um jornalista completo. Porque gostava de aprender. E porque começou do começo, como repórter de setor. Na política conseguia notícias que os outros não tinham. Não era milagre, era trabalho. Ele mesmo revelou mais tarde sua grande fonte informações exclusivas durante o primeiro governo Ney Braga: as latas de lixo. Metódico revirava todas, principalmente as do gabinete do governador, onde achava bilhetinhos amassados ou mal rasgados, ordens aos secretários, broncas, minutas de decretos.

Ninguém dominou tão bem a arte de organizar sua rede de informantes. Nem conseguiu, como ele, acesso frequente às boas fontes. Mussa tinha jeito para lidar com os que estão no poder. Eles não gostam de quem tem medo deles e desprezam quem os bajula. Nesse fio da navalha anda o bom repórter.

Promovido a Secretário da Última Hora em São Paulo, Mussa foi instalado num apartamento no Largo do Paissandu. Morava a quinhentos metros da redação, no Vale do Anhangabau, e não tinha horário para entrar nem para sair. Durante o dia tratava da produção da notícia – um leque variado que incluía clubes de bairro, times da várzea, sindicatos, quarteis. Curitiba pulsava na UH.

À noite, olho no relógio, cuidava da oficina. O caminhão para Curitiba tinha que partir às 11 horas. Sorte que a BR-116 da época era um tapete. Quatro da manhã o jornal estava na Rodoviária de Curitiba, onde uma parte era despachada para Paranaguá, Ponta Grossa e outras cidades. Acho que até hoje não apareceu jornal tão bem sucedido como aquela Ultima Hora.

Vejo com saudade o Mussa chegando à oficina, entre linotipos e uma impressora que não podia esperar. Um espaço barulhento, onde tudo era rápido e a precisão uma hipótese. Daí a adrenalina de correr até a redação, definir o desenho da página, o título, a legenda da notícia – e voltar a tempo de corrigir antes da impressão o erro inevitável.

Por fim a alegria de conferir a prova de página. Perfeita, a manchete forte, uma foto surpreendente. Era imenso aquele jornal de 12 páginas e nenhum anúncio. Está hoje nas bibliotecas e nos museus do jornalismo como um testemunho da história da imprensa e da alma de todos nós.

 

 

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Yes, nós também temos drones

 

Vamos produzir drones Entra na linha de montagem o drone brasileiro

 

O Brasil vai fabricar aviões não tripulados (drones) capazes de competir com os melhores,  aqui e no exterior.

notícia foi divulgada pela Embraer, que assinou um acordo com a companhia de defesa Avibras para produzir aviões não tripulados. No momento, o objetivo é produzir o modelo Falcon, de interesse das Forças Armadas, destinado a missões de reconhecimento e de vigilância terrestre e marítima.

Os drones são cada vez mais usados no mundo para combater o contrabando e o terrorismo. Nos Estados Unidos, cumprem adicionalmente missões de assassinato seletivo contra líderes do terror.

Alguns desses líderes, apesar do sobrenome árabe, são cidadãos nascidos nos Estados Unidos.  A oposição republicana no Congresso questiona o direito que tem o Presidente da República de mandar matar, sem julgamento, cidadãos suspeitos de atividade terrorista.

A Casa Branca recusa-se a dividir com o Congresso pareceres legais, produzidos pelo Departamento de Justiça, que justificariam os assassinados sem julgamento. Os republicanos, em represaria, ameaçam votar contra a confirmação de John O. Brennan como diretor da CIA.

Desde o século 19, quando Rui Barbosa reproduziu grande parte da Constituição dos EUA em seu anteprojeto que depois virou a Constituição de 1891, o Brasil copia leis e instituições norte-americanas. Não há um só motivo para desacreditar que logo teremos uma lei dos drones parecida com a deles. E o governo brasileiro também possa matar cidadãos suspeitos em nome da segurança nacional.

Ao menos um brasileiro apoia a idéia. Outro dia, no Manhattan Connection, da Globo News, o jornalista Caio Blinder defendeu o assassinato de cientistas que colaboram no programa iraniano de enriquecimento do urânio.

Se for como a lei americana, a legislação permitirá ao governo espiar lá de cima o que acontece na empresa, no escritório e até no quintal dos brasileiros. Novos equipamentos permitem identificação facial a longa distância e possibilitam, ao menos em tese, fotografar (ou alvejar) um inimigo a partir de um drone.

A tentação é grande porque existe uma guerra civil não declarada no país. Facções criminosas ocupam áreas hoje inacessíveis à polícia. Na fronteira, o contrabando de droga e armas pesadas aumenta. Nas esquinas das grandes cidades, bandidos esperam que um cidadão de bem pare no sinaleiro para assaltá-lo.

Repetindo, se for parecida com a lei americana, a legislação permitirá à polícia agir contra esses inimigos da sociedade. Mas quem são os inimigos? Nada garante que entre eles não sejam incluídas por engano pessoas que estão passeando na favela, velejando no Lago de Itaipu ou paradas no sinaleiro.

 

Posted on 21st fevereiro 2013 in Sem categoria  •  No comments yet